Acordo no meu delírio em mais uma manhã para encarar um dia de trabalho, mais uma condução, trânsito caótico em Porto Alegre, mais um dia de rotinas e treino de paciência.
Ao montar meu “ritual” da noite anterior, para poder ter certeza que irei acordar disposto para a maratona do dia-a-dia, sempre separo algum “papiro” para me distrair e claro música no telefone celular. Mas esta semana já pensando nesta crônica, me policiei em não ter nada para ler ou me distrair no trajeto para a “labuta”!
Resolvi deixar as letras de lado, esquecer as músicas dentro de uma pasta no computador, ir com a cabeça vazia. Apenas levar o que anda sempre comigo: Uma caneta! Minha arma secreta e infalível para qualquer hora. Claro que não é aquela caneta do James Bond – 007, que falta apenas fazer café, a minha é mais simples, apenas preta e com tampa!
Já na condução, entra a Fafá, o apelido que concedi para poder lembrar desta pessoa que chama atenção! (tenho sérios problemas de memória);
Fafá sobe os degraus da escada, entra com seu vestido florido, seu óculos descentrado no rosto, simpatia por conhecer todos, quando digo todos, me refiro a 99,9%. Fafá adora conversar, sempre tem novidades, colorada fanática, sempre com seus broches vermelhos no peito. Eu tenho a impressão que ela ao sair de casa, pega uma régua para poder verificar a distância entre seus broches, pois, tem 4, todos milimetricamente centrados e ajustados de acordo com os moldes de sua blusa.
Após 20 min. de conversa com Fáfá, ela pede desculpas, concentra-se, abre sua bolsa, e pega um livro; um livro hoje! Porque, ontem, era uma revista, antes de ontem um mangá (história em quadrinhos no estilo japonês), amanhã o que será? Uma enciclopédia? Às feições da nobre senhora, desfaz-se na medida em que ela começa a percorrer os olhos pelas linhas e parágrafos do que lê!
Não quis ser inconveniente, não iria perguntar o que tirava tanto a atenção de Fafá, mas sou curioso, e gostaria sim, de saber o que tanto lhe tirava a atenção! Ela ficou estática lendo o seu livro, nem percebia o balançar e as curvas das ruelas pela qual a condução passava.
E volto com minhas perguntas; Porque, apenas ela? Uma senhora de idade, com tantos outros “jovens” no mesmo espaço? Seria Fafá, alguém de outro mundo? Por ter aparência e fisionomia cansada, mas com um humor acima do normal? Seria a leitura? Seria a leitura o motivo de tal felicidade? Queria eu que todos tivessem o hábito de Fafá. Que pelo menos, separassem 30 min. do seu dia para poder ler, não digo ler revistas de moda, jornais, bulas de remédios! Digo de algo que seja construtivo realmente! Não que jornais ou bulas de remédios não se possa ler, nem tirar bom proveito, pelo contrário, meus parabéns para quem lê bulas de remédio! Me refiro a ler: Oscar Wilder (O Retrato de Dorian Grey), Sidney Sheldon (O Reverso da Medalha), Augusto Cury (Nunca Desista dos Seus Sonhos), Lair Ribeiro (O Sucesso não ocorre por acaso).
Isso sim, seria uma ótima leitura!
Pois bem, preciso começar ler! Quero a felicidade.
Por: André Luiz Siegle Fraga / @fragaandre/ fragaandre.blogspot.com.br/
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